Sua quase varanda
Da sua quase varanda eu vejo tudo
vejo vaga-lumes no asfalto,
um monte de gente e mais um tanto,
uma lua envergonhada, um céu escondido,
uma floresta semiencantada,
uma ou duas camas quebradas
e até mesmo o quiça futuro
escondido ali depois daquele muro.
Da sua quase varanda eu também sinto tudo
sinto o frio que não será o mesmo em julho,
o sereno que é quase certeza todas as manhãs,
um cheiro especifico de barulhentas maçãs,
e até o conforto de uma ou duas camas quebradas
uma em cima outra embaixo, mas ambas escondidas.
Da sua quase varanda eu posso ouvir tudo
ouço a melodia da espera pela chuva,
o movimento de pessoas perdidas no compasso do tempo,
a conversa alheia, mulheres meninas tagarelas e seus amados,
um volume bom de musica, um tanto não tão bom de barulho,
só para rimar com o frio que não será o mesmo em julho,
e até escuto o quebrar de uma das camas, mas não me culpo.
Da sua quase varanda, vez ou outra farei minha
para poder aproveitar e sentir tudo novamente
principalmente em julho quando o frio for diferente
e até lá espero que concerte a sua caminha.