QUANDO A ALMA ESCREVE
Bebo emoções e magias
que jorram cristalinas
na fonte da vida
e regurgito poesia.
Permeio tristeza e alegrias,
verdades e fantasias.
Minha alma sem limites,
amarras e mordaças não permite.
Com suas asas gigantescas
sobrevoa paisagens
em frescas aragens.
Cria imagens,
sofre miragens.
Pego carona em asas alheias,
construo castelos de areia,
faço pactos com sereias
e confidências para a lua cheia.
Debulho emoções
com ternura,
mergulho em paixão
com loucura.
Falo com fervor
do meu,
do seu,
do nosso,
do vosso amor.
Grito,
me agito,
percorro o infinito.
minhas letras se fazem
contas de rosário,
faces do escapulário,
segredos do diário.
São livros que vivi,
personagens que vesti,
músicas que senti.
E cada vez
que um pouco morri
minha alma manteve a altivez
em cânticos entoados
e cântaros chorados
sublimados ao céu,
rompendo além universo
num epitáfio em versos.