Joaquim - O Bardo Pardo
Joaquim, o homem bardo
fi-de-pobre de tom pardo
com seu terno branco sujo
apelidado, o caramujo
Seus versos que emocionavam
alguns com ele já cantavam
versos tristes e belos
menos triste e mais belos
Falava muito da cidade
de todo povo, toda idade
do mais velho ao bebê
todos param para o ver
O artista andarilho
pelas ruas ou nos trilhos
se põe o moço a cantar
co' o violão, cantarolar
Esse povo do meu lar
o asfalto é o novo mar
lua cheia que ilumina
todos manos, todas as minas
Da janela vão pular
soprando a alma pelo o ar
afogando cada mágoa
a tempestade em copo d'água
Meu senhor, oh meu senhor
livrai meu povo dessa dor
dar-nos paz e alegria
que nunca acabe a folia
O riso torto em cada face
dos que vi, melhor disfarce
a moça bela na varanda
vendo tu e tua banda
A banda passa, vai tocando
a multidão se atracando
ao amor de cada verso
atenção o que lhe peço
Meu senhor, oh meu senhor
livrai meu povo dessa dor
dê-no paz e alegria
nunca acabe essa folia
Joaquim se despedindo
da um tchau e vai partindo
se foi o bardo da alegria
só há festa, só folia