LAPIDAÇÃO
Tento lapidar-me a cada aguilhoada
da dor insana, profunda
certamente oriunda
de braços pesados, de membros que não souberam abraçar.
Tanta dor neste meu corpo espalhada,
vezes tantas deixando-me vergada...
Tanta dor na minha alma, contida,
tantas vezes reprimida,
retifica o meu eu,
burila-me a mente atenta ou distraída,
muitas vezes temente, vezes muitas afoita,
teimosa, renitente!
Com elas e por elas a retidão desponta,
- são as chances que o Pai me dá-
nas entrelinhas de ais não gritados,
revolvendo-me as consciências que cantam,
cientes de melhores alvores,
que se abrirão mais santas... cada vez mais.
VanePedrosa
2011