Não vou falar de Amor !
Não vou Falar de Amor !
Mas do insólito perfume
que emana do corpo exato
Do brilho tão vagalume
desse Sol imediato
De pálpebras semi-cerradas
no quase induzido sono
De bocas semi-abertas
na vertigem do abandono
Não vou falar de Amor !
Mas de cordas vocais
que enlaçam ouvidos
De palavras banais
que aguçam sentidos
Do arrepio sem juízo
na decaída de um sábio
Do timbre desse riso
na curvatura do lábio
Não vou falar de Amor !
Mas da razão que vacila
ao pulsar da veia
Da fortaleza que oscila
e da muralha de areia
De escudos perdidos
em meio a travesseiros
E da síndrome da vida
nos encontros primeiros ...
Mas não vou falar de Amor !
Claudia Gadini
26.08.05