BALADA DOS PESCADORES
Dia raiando ao largo da baía.
Silêncio profundo,
não fora o marulho de ondas plácidas
que beijam a areia branca
da praia da Barra.
Agora uma silhueta
surgida por detrás do forte
compõe a paisagem.
Cinco traços negros
rigorosamente verticais
equilibram-se numa canoa
que desliza suavemente
em semi-círculo.
Não muito longe,
a rede apinhada de peixes
desenha um círculo prateado
sobre as águas,
agora puxada lenta
e progressivamente
por mãos hábeis e fortes.
De repente o cerco é fechado;
vultos semi-curvados
puxam a rede vigorosamente,
agora dentro da canoa
repleta de peixes
Depois um bom trago,
uma velha canção do mar
e o doce regresso
para os braços da mulher amada
que os espera.