Desconcertos Cotidianos
Seres prolixos vivendo o amor funesto
e o verdadeiro foi deixado pra depois,
seres carnívoros devorando o insucesso
e o que era digno já morreu ou inda não foi.
Sementes jovens a brotar a decadência
em terra infértil germinando incoerências,
semente anêmica a brotar insanidade
em terra morta germinando a inverdade.
Dores do parto e a criança vai ao lixo
mães descartáveis sem viver seu compromisso,
dores do câncer a corroer a humanidade
tumores languidos a devorar a sanidade.
Seres complexos vivendo guerras naturais
em seus convexos pensamentos animais,
seres ditosos vivendo como irracionais
em seus conventos aonde não existe a paz.
Meus pesadelos carcomidos de desejos
em uma noite tão eterna quanto a vida,
minha poesia então narrando o desconcerto
de uma terra já tão doente e desnutrida.