Frutos da Árvore da Poesia
Fruto atroz da agonia
foi essa nova poesia,
foi parida entre gemidos
só para ter comigo
uma nova alegria.
Fruto doce do entendimento
foram letras de contento,
foram nascidas da minha pena
feitos lúgubres emblemas
para enfeitar manhã serena.
Fruto amargo dessa dor
foram meus versos de amor,
foram surgindo com langor
pra resolver esse problema
da paixão por açucena.
Fruto azedo da ganância
essa estrofe sem bonança,
degolando a abastança
dos meus tempos de criança
onde havia comilança.
Fruto maduro do desejo
versificado num beijo,
tocando seus lábios vermelhos
tocando sua alma que é pura
com um gesto de ternura.
Fruto inebrio do poema
germinado em meu sistema,
concatenado tão obstante
bem longe do que era antes
e agora com novo tema.