Da Liberdade
Se algum dia já fui bravo, o bastante
para tirar as asas de um passarinho
que eu seja, hoje, a mansa avoante
que leve a liberdade a outro ninho...
que saiba ser óleo, entre cada instante
num rude tempo, uma gota de carinho...
que seja o bom gesto anestesiante
quando retirar, do outro, o seu espinho...
que eu seja mais amigo do que amante
quando o amor careça ficar sozinho...
muito mais do que um simpático vizinho
se a solidão esperar um visitante...
e se não calçar os pés de um caminhante
descalço de mim, que seja o seu caminho.
16-11-2013