Da Liberdade

Se algum dia já fui bravo, o bastante

para tirar as asas de um passarinho

que eu seja, hoje, a mansa avoante

que leve a liberdade a outro ninho...

que saiba ser óleo, entre cada instante

num rude tempo, uma gota de carinho...

que seja o bom gesto anestesiante

quando retirar, do outro, o seu espinho...

que eu seja mais amigo do que amante

quando o amor careça ficar sozinho...

muito mais do que um simpático vizinho

se a solidão esperar um visitante...

e se não calçar os pés de um caminhante

descalço de mim, que seja o seu caminho.

16-11-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 17/11/2013
Reeditado em 10/12/2015
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