Chuva Fantasma
como num despertar
suspiro a sombria beleza
dessa noite fria,
caminhando sozinha
nessa chuva fantasma
que seca minhas lágrimas
que insistem em cair
de meus olhos já secos,
suavizando minha angústia
ao acariciar meus cabelos
com a inexistência do vento
que me abraça com uma
frieza afetuosa.
sentada acolhida
no abraço dessas sombras,
sussurro meus pálidos sonhos
à essa chuva fantasma
na esperança vã de sentir
desabrochar em minha alma
toda a infértil doçura
que abarca sempre os medos
mais cálidos que habitam
nos mais ínfimos esboços
de lágrimas que correm
sobre meus ombros
já sobrecarregados
pelo peso da tristeza
a acalentar os mais doces
pesadelos que alimentam
e sustentam meu coração.