RENÚNCIAS
As renúncias tomam forma em mim
E têm motivos nobres, se posso assim dizer.
São feitas de deveres que a consciência dita.
São imprevistas, são altivas, enfim!
E como doem as renúncias que precisei fazer!
Como maltratam o cerne e como geram feridas!
Como demoraram a criar casquinhas e virarem cicatrizes!
Como destroem o profundo, como eliminam o prazer!
São tão caladas as renúncias, tão anônimas, tão veladas,
tão incompreensíveis, tão inexplicitadas,
tão fortes e tão frágeis, tão corajosas e tão covardes,
e se escondem no silêncio e não são notadas!
O que nos levam às renúncias, se elas maltratam?!
O que nos leva a deixar pra lá?!
O que nos fica no dentro, após o ato consumado?!
O que fica, o que resta, o que cala e justifica,
senão,
um grande amor... um amor sem igual,
compreendido jamais (?!).
VanePedrosa
2010