RENÚNCIAS

As renúncias tomam forma em mim

E têm motivos nobres, se posso assim dizer.

São feitas de deveres que a consciência dita.

São imprevistas, são altivas, enfim!

E como doem as renúncias que precisei fazer!

Como maltratam o cerne e como geram feridas!

Como demoraram a criar casquinhas e virarem cicatrizes!

Como destroem o profundo, como eliminam o prazer!

São tão caladas as renúncias, tão anônimas, tão veladas,

tão incompreensíveis, tão inexplicitadas,

tão fortes e tão frágeis, tão corajosas e tão covardes,

e se escondem no silêncio e não são notadas!

O que nos levam às renúncias, se elas maltratam?!

O que nos leva a deixar pra lá?!

O que nos fica no dentro, após o ato consumado?!

O que fica, o que resta, o que cala e justifica,

senão,

um grande amor... um amor sem igual,

compreendido jamais (?!).

VanePedrosa

2010

VanePedrosa
Enviado por VanePedrosa em 16/11/2013
Código do texto: T4573335
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