Álibi
Que tu sejas meu álibi
Da fuga, a alternativa que me dás
Para que eu não cometa loucuras.
"Veja, do céu vêm as tormentas! Vermelhas, urgentes!"
Bebe dessa que me desce à boca
Experimenta devaneios agridoces
Oh! Imensos, imensos fardos que me pesam.
"Não diga isso. Ajudo-te no que for necessário!"
Não quero ajuda. Estou indo!
"Cala-te! Cala-te que não sabes de nada. Estás aqui para isso!
Não vais antes que eu permita." - silêncio
Uma imagem perene que vocifera impropérios
Zune irritantemente aos meus ouvidos.
Mas estou só! Quem fala?
Falo sozinho! Que infortúnio.
De ti, extraio a fuga que minha ambição anseia
Desejo a ti, e só a ti, a remoção lenta
dessa peça efêmera
Ameaço-te de punhos cerrados e dentes apertados.
Atreve-te? Inverte-me o ego? Não podes.
"Sim, te mato! Mato-te quando quero!
Antes que me mate! Sabes que temo a ti...
Sei que tu vais e não voltas. És cruel."
Mas, ora, se falo sozinho... Se este que me fala, eu
Então que me ouça muito bem:
Que me absolvas desse doloso crime: vida.