SILÊNCIO DA PALAVRA
(Sócrates Di Lima)

Gritam os versos nas palavras de tons mudos,
Quando a poesia fala da saudade que se espalha,
Quando a poesia chora aos ouvidos surdos,
em  eco estridente como o grito da gralha...

Mas a palavra silencia a boca,
E fala pelo coração..
Seus sonidos tem ecos roucos,
Sussurros que calam a emoção...

Silenciam os lábios,
e a boca bebe o licor do silêncio,
E assim os olhos se fazem sábios,
E falam mudas as palavras como incêndio.

E se em silêncio permanecer a voz,
Das palavras que falam entre si,
Carregam tudo de nós,
Na alma sua ai e na alma minha aqui.

Calam-se os gritos das saudades,
E trazem as distâncias para presença,
Rompe as barreias das caladas cidades,
Que justificam a presença da ausência.

Mas os corações no silêncio falam,
Se une a alma em consciência,
E diz o qua os lábios calam,
Em palavras na sua essência.

E assim, se faz a poesia,
Sendo a voz do poeta em lavra,
Que grita tão alto na sua histeria,
Que faz tão belo o silêncio da palavra.

O tolo grita sem ninguém escutar,
O louco em silencio faz pensar,
Que de boca calada todo mundo é sábio sem falar,
Se falante, é tolo que inteligente se faz achar.







 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 15/11/2013
Reeditado em 16/11/2013
Código do texto: T4572391
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