O TEMPO E EU
(Sócrates Di Lima)
Re_toma-me óh! Vida a minha vida,
Dá-me a chave do tempo,
Re_move as areias da minha lida,
Sem deixa-me ao destempo.
Lá se vão meus cânticos,
E ecos vagantes,
Ecoa nos univesos tântricos,
leva-me os desejos de amantes.
Fujo da minhas vontades,
Sou vítima das minhas intempestividades,
Trago em goles ácidos a saudade,
E me embrago na minha voracidade.
E o tempo me consome,
leva-me aos poucos,
Logo já nem tere nome,
Nem meus desejos loucos.
É o tempo e Eu....
Andando de encontro ao fim,
Perdi no tempo tudo que era meu,
Sigo o horizonte nu de mim.
Perdido no tempo todos os meus amores,
Já não mais respiro tais odores,
Nem os perfumes das flores,
E o meu coração desintegra em vapores.
Sou perambulante da saudade,
Transeunte da estrada que em mim se perdeu,
Mas volvo meus olhares para a eternidade,
Porque lá posso estar cara a cara o tempo e Eu.