Medo
Por que o medo tem ar de segrego?
O que nos assusta mesmo, é não saber
O escuro é não saber, o que há de ser
O que a frente está, o que há?
A raiva da ignorância também é medo
Não saber, te faz se perder
Flutuar em si, não ter onde se agarrar
A força é algo firme, é confiança
Que sabe onde começar
Que sabe onde vai dar...
Por que o medo tem ar de segredo?
Se soubesse o que ele é
Não seria mais medo, talvez boa agonia
Talvez fosses assim, o guardião do levedo
E determinasse que a espinha dos outros
Também deve se esfriar pra te aquecer
O medo é a solidão!
Por que assustado, com o nosso próximo
Não dói tanto assim
É o conforto da matéria inquieta
Tem alguém ao nosso lado
Que não vai nos proteger
Mas vai junto conosco ao padecer
De qualquer coisa que seja dor ou afago
Tudo aparece na aceitação de ser imaginado
Menos o desconforto de sozinho sofrer...