Minha Rua
Empresto meu olhar na rua na madrugada,
Ele se quebra na esquina , onde as arvores choronas clamam pela chuva,
O vento veleja os muros , sabe-se la por onde andará ,
Meu olhar carregado do silêncio , observa as arandelas acesas ,
Denunciam as mãos daqueles que ascenderam ,
Despindo-se da noite para navegar na canção do seu descanso,
Quantas lembranças de amor ,quantas saudades já adormecidas em cada coração,
Há, minha pobre alma! que tanto almejaria ser um querubim , sobrevoar o silencio da larga rua , calma e tão tristonha ,
devolvo m'alma ao meu repouso também.
Mas meu olhar ainda nítido e minha alma lúcida , lembra-me a rua do meu amor, ouço o barulho das águas correntes que passeia a madrugada correndo ,
Vejo um retrato de mim sentado na ponte pequena , com perfume da madrugada que as pequenas árvores me daria, o frescor e a calma desse pequeno riacho,
Adormeço pensando em novo dia que vai clarear,
E finalmente as arandelas que irão se apagar.