OS ELEFANTES
Lá vão eles.
Dóceis, integrados, lado a lado, grandes e pequenos,
na extensa caminhada,
espreitando e selecionando perigos.
Cérebro ativo, ouvidos atentos , captando sentidos do que não ouvem –
e, ao que ouvem, a resposta é calada, o resmungo baixinho – parece que nada dizem, mas dizem tudo.
Lá vão eles, os elefantes, devagarinho, seguindo por caminhos desconhecidos,
às vezes estranhando novos amigos,
noutras, retornando aos escritos dos antigos.
Seguem eles atrelados, em permanente comunicação, tateando peles que tremem ao arrepio de paixões, recebendo mensagens, visuais ou não, porque vastos e profundos são seus sinais.
Lindos animais.
Alertas ao movimento do Universo, parecem viajar em eternos Versos.
E até mesmo em suas poucas horas de sono, permanecem compondo.
Lá vão eles - nossos elefantes de todos os dias.
Vão assim como seguimos em nossa Poesia.
Essa de todos os Poetas, de todas as fantasias,
de todos os amantes.
Republicação
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20.08.2007 CT T615250