Soneto ao maior amor
Oh deusa de Éfeso, deusa de homens gregos!
Mulher que amei, sonhei, mas foste embora,
Que dei além de poemas e canções e quis beijos,
Somente os beijos que não tive. Irei eu agora
Correr e fatigar-me por correr p’ra encontrá-la
E saber como, quando e p’ra quem eu a perdi.
Viajarei! (até milhas) pela estrada dos corações
Pois sei que mora em um deles perdida por aí.
O qual surgiu de repente e nem nasceu em tua
Pacata, erma, recôndita, frágil e solitária vida,
Que é como a fragrância da nossa realidade nua.
Encontrarei-te, oculta no coração mais ínfimo,
Escondida, sozinha (como és) a vagar perdida
E hei de roubar em meu desvelo teu beijo íntimo.