Eu e Outrém
As almas são tão perfeitas
que diferentes são completas,
mas incauto destino têm,
O corpo coagido pela sociedade
vê-se obrigado a homogeneidade,
Quando se olha o outro,
busca-se encontrar a si mesmo,
o mundo não é feito de eus.
Como é incógnito os olhos do outro,
por que não há alguém igual a mim ali?
Por que não me vejo ali?
Meu corpo se resumo só a mim mesmo?
E se deixássemos de viver para o corpo
e se vivêssemos para a alma!?
a vida não seria mais simples?
não seguiria mais natural?
Por que penso como a sociedade.
Por que não vejo o que realmente quero ver
será que conhecer o que o mundo conhece
faz-me inteligente?
ou todo está inteligência e idoneidade
é debalde, pura vaidade, pois só vejo
o mundo nela desbotar.
Será que gastar horas em esforços
para sonhos tão efêmeros, compensa gastar
o ínfimo na eternidade que temos,
para simplesmente acharmos um lugar
neste mundo, abnegando-se de sua
especial diferença.
Prefiro a caverna de Platão,
Prefiro a nuvem de Magalhães,
a competição e a solidão.
Não vou gastar meu tempo,
abrirei meu pequeno universo
em eterna expansão.