Da Guia Lua

Ela chegou como a lua, iluminada porém distante

e, feito um cego gigante, esbarrei nessa distância sua

sem saber que estava nua, e nos braços do sol radiante

beijada a todo instante, enquanto eu vagava na rua.

Ela, a bela vista no céu...eu, escravo da escuridão

e a noite, caindo ao chão (vestida do seu mais negro véu)

girava (como carrossel) dentro da minha imaginação

cada cheiro, um alazão...e, cada som, a voz de um corcel.

Porém, como é da cegueira enxergar pelos outros sentidos

eu vi como eram fingidos os seus quartos e ela inteira

e busquei a quinta maneira de achar os meus sonhos perdidos

os congelados e esquecidos, quando a noite é geleira

e outra lua, verdadeira e com os olhos amanhecidos

guiou esses meus, escurecidos...e essa foi a vez primeira.

12-11-2013

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 13/11/2013
Reeditado em 10/12/2015
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