UM SÁBADO À TARDE
UM SÁBADO À TARDE
Sábado à tarde em casa.
Não faço nada, brasa.
O calor esta infernal
Sou doente terminal.
Penso que estaria com ela,
Provavelmente não estaria na vida dela
Sinto-me um nada.
Perco a rima, maldito vazio na alma.
Que vem e me tira a calma.
Penso no som de um cravo...
Não de um piano, mas cravo.
Calor que incendeia, eu de cueca penso nela.
Não consigo nem tirar uma soneca.
Como seria estar ainda com ela.
Foram tantas elas...
Foram tantas pernas...
Foram tantos braços...
Eu me entreguei demais...
Entraram estudantes saíram rainhas.
Penso na lagarta que saiu borboleta,
Na coruja que no seu mundo não me deixou entrar,
Na japonesa que eu queria aceitar, mas me largou,
Numa crise de loucura haraquiri ela tentou.
Tem lindas enfermeiras na minha vida
E lindas conterrâneas problemáticas.
Também tem nordestinas em minha vida,
Mas sou só...
Não sou o naufrago na ilha solitária,
Não sou a ilha perdida no oceano,
Sou uma alma perdida no invisível,
Preso num corpo que não aceito.
Não me vejo...
Não me mostro...
Não me amo...
Escuto o som de cravo em minha mente,
Seria uma brisa que espanta o calor infernal?
Queria alguém como já tive um dia.
Queria me despir e andar nu pelo mundo,
Hoje quero apenas um abraço.
Quero chorar pela criança que um dia morreu,
Pois ao morrer nasceu isso que sou.
André Zanarella 10-11-2013