PANTUM
PANTUM
Eu via a chuva ao som do imenso mar,
A cair entre as inconstantes ondas
E as gaivotas inquietas lá no ar
Assim famintas pelos peixes sondas.
A cair entre as inconstantes ondas,
Elas tão ansiosas respiravam
Assim famintas pelos peixes sondas,
Que quase do delírio se esbarravam!
Elas tão ansiosas respiravam
Pela maré mais alta do horizonte,
Que quase do delírio se esbarravam,
Na busca de alimento em sua fonte.
Pela Maré mais alta do horizonte
Assim querem matar de vez a fome,
Na busca de alimento em sua fonte
Onde da vida a lei impera o nome.
Assim querem matar de vez a fome
Causadora de guerras entres elas,
Onde da vida a lei impera o nome
Da intensa fome em vida dura delas.
Causadora de guerras entre elas,
Num espaço repleto em sofrimento,
Da intensa fome em vida dura delas,
Nos olhares de negro e vão lamento...
Num espaço repleto em sofrimento
E de tempo chuvoso intensamente,
Nos olhares de negro e vão lamento
Voavam ao sabor do mar corrente.
E de tempo chuvoso intensamente,
As gaivotas sofriam grande dor,
Voavam ao sabor do mar corrente
E o céu de nuvens já pretas de cor.
As gaivotas sofriam grande dor
E o dia caminhava para a noite
E o céu de nuvens já pretas de cor,
Num lugar velho e parecido afoite.
E o dia caminhava para a noite
E elas atribuladas com os fatos,
Num lugar velho e parecido afoite,
Não mediam a força dos seus atos!
E elas atribuladas com os fatos,
Como se não houvesse um outro dia
Não mediam a força dos seus atos
E assim mais se enterravam na agonia...
Como se não houvesse um outro dia,
Fraca sorte em não terem alimento
E assim mais se enterravam na agonia,
Ao triste rumar morte e esquecimento.
Fraca sorte em não terem alimento,
No mundo que ficou a desejar
Ao triste rumar morte e esquecimento,
Eu via a chuva ao som do imenso mar.
Autor: Ângelo Augusto