A MINHA RUA
Como serpente fingida, displicente,
a minha rua segue entre a gente,
com o seu jeito meigo e acolhedor...
Não diz sequer quem a vê, de fora,
quanta mentira que em cada casa mora
e que em cada casa mora uma dor!
Na sua face plácida não se vê
o desespero, a solidão, o desprazer
- por trás da calmaria - o dissabor!
A minha rua é como tanta gente:
mostra tranquilidade aparente
e oculta um mundo envolto em desamor!
VanePedrosa
(Este poema foi composto quando morava em Satuba/Al., minha cidade natal, diante de uma triste realidade: a desarmonia entre um casal vizinho. A rua a que me refiro é a 17 de Agosto, onde nasci, cresci e adolesci.