Escorpião 1311
Faz-se irmão quando a nós estende a mão
Faz-se amigo quando a todos doa os ombros
Faz-se chão quando se afirma seguro
Faz-se céu se é o gomo mais maduro.
Faz-se veneno quando é prá matar de raiva
Faz-se doce prá alimentar as esperanças
Faz-se ácido quando é prá corroer
Faz-se dor quando é prá lembrar do prazer.
Faz-se fúria se quer mostrar que há paz
Faz-se seca se é prá encharcar de chuva
Faz-se só prá se lembrar que somos todos
Faz-se em muitos prá varrer nossos engodos.
Faz-se marco que em caminhos aponta luzes
Faz-se sol em pleno mando de Plutão
Faz-se verdade diante de qualquer senão
Faz-se o que afirma e divide o próprio pão.
Faz-se, enfim, de peito frágil, gigante
Faz-se o que abarca os sonhos nossos e os guarda
Faz-se o homem que o nome obriga que seja
Faz-se a razão que toda paixão almeja.