Melhor é fazer calar a música
Melhor é fazer calar a música
Fazer do pensamento um autômato
Melhor ainda é não olhar as garças no horizonte
Eu não quero rever o porto onde os navios fantasmas se acalantam
Eu não quero ver as almas dos poemas
Eu nada quero ver
Nem ouvir
Nem saber
Enquanto as ondas teimarem em criar mares de verdes memórias
Eu nada quero do mar
Porque os afogados
O mar os expele um dia
E abandona na praia
Como um lixo qualquer
Na areia fria