Imagens


Ao ver, no vítreo cromo do espelho refletida,
A doce imagem de seu corpo desnudo, a enxugar,
Absorta, seus cabelos soltos e esparsos ao vento,
Sinto-me, de repente, tomado pelo sopro da vida,
E ponho-me a divagar pelo firmamento, devagar,
Sem que me perca em meio a tantos sentimentos.

E passeio incontido por seus pés descalços, a pisar
Suavemente no mármore que a acolhe e sustenta,
Por suas coxas ainda úmidas do banho, gotejantes,
miríades de gotas a refulgirem no momento apesar
da tênue luz do banheiro em que ora se acalenta,
seu corpo lindo refletido neste espelho cintilante.

E como se para me provocar, seus braços levanta,
Como se a espreguiçar, exibindo a perfeição de suas
formas, de seus seios túrgidos, róseos, encimados
pela delicadeza de cada aréola, que se me adianta,
mostrando como é linda, principalmente quando nua,
deliciando-me vê-la assim, a cada dia mais apaixonado.

E, incontido, enlevado pela sensação deste momento,
Eu a tomo em meus braços e a conduzo a nosso ninho,
Cubro de beijos de amores contidos ao beijar sua essência,
Incontrolado e levado pelos mais torpes pensamentos,
Na loucura deste amor contido por este tempo daninho,
Que nos manteve distantes por quase toda nossa existência.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 12/11/2013
Reeditado em 17/11/2014
Código do texto: T4568304
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