Braços de organza
Não compliquem a poesia
Não a submetam a rigores científicos
Dela não esperem apresentação de resultados
Nem sugestões
Nem considerações finais
Coisa alguma dessas a poesia respeita
Porque vive perambulando ao luar
Ou em céus turbados
Porque aprecia os breus
Porque ama igualmente feridos e soldados
Não compliquem a poesia
Deixem-na em paz
Com seus cabelos de rastros de cometas
Com seus olhos de constelações e galáxias
Com seus braços de organza
Com suas pernas e pés de correr pelos campos celestes
Deixem-na em paz