Quando a madrugada o olhar se deixa
Quando a madrugada o olhar se deixa
Num sorriso, ao luar enfim reflete
Um misto de eterno e de confete,
Feito lábios cerejados de uma gueixa.
Soma a sombra que deixou sobre o carpete,
Nessa sombra que levou e que enfeixa
albatrozes do caminho cor de ameixa,
de sozinho procurar quem nos complete
o destino, o maior dos deuses mortos.
Se o momento é o menor dos desafios,
O futuro debruçou-se pelos poros
ao encontro da manhã desconsolada
Onde valsam os místicos navios
Distraídos sob a mão da madrugada.