Vislumbres dos Dias de Silêncio
Dos dias que falo em silêncio
o olhar diz palavras de alto teor,
dos dias que sofro calado
o olhar grita um remédio pra dor.
Dos dias que voo liberto
o olhar corre o mundo a sobrevoar,
dos dias que a vida é profunda
o olhar taciturno vislumbra o mar.
Dos dias nus versificados
o olhar vê os detalhes surgindo ao redor,
dos dias rimados tranquilos
o olhar vê aquilo que tem de melhor.
Vislumbres dos dias de trevas
e da luz nesse escuro a contemplação,
vislumbres dos crimes de guerra
e na ponta da espada a rosa e um coração.
Dos dias que vão inacabados
o olhar é alado e vê céus e infernos,
dos dias sem sol e sem lua
o olhar que perdura é frio como o inverno.
Vislumbre de versos e lumes
e no archote na noite a alma da estrela,
vislumbres de letras doiradas
rasgando os cadernos pelas madrugadas.
Vislumbres do olhar do poeta
que mira nas flores a cor do planeta,
e o beijo final do poema
nas cores serenas de uma açucena.