Paradoxo das Observações

O meu vendaval já virou furacão

onde redemoinha o meu coração,

estilhaços pedintes dessa insensatez

nascidos na vertigem dessa embriagues.

O meu chuvisqueiro virou tempestade

que deságua ilícita pela minha idade,

enxurrada profunda dessa lucidez

carregando pra longe a insanidade.

O meu devaneio virou alucinação

que borbulha em cores na minha visão,

dicionário faminto de novas palavras

engolindo dos versos todas minhas lavras.

O meu gigantismo virou pequenez

que inocente insiste em minha estupidez,

poesias docentes, nocivas e resilientes

entalhadas em rimas já tão decadentes.

O meu sofrimento virou redenção

que revela o incesto da imaginação,

reverbera os gritos dos meus vocábulos

que são filhos dos filhos dessa construção.

O que eu observo virou inspiração

que descreve ingênua minha condição,

de forma metafórica e paradoxal

descerrando as cortinas do bem e do mal.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 12/11/2013
Código do texto: T4567268
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