Resposta para meu mestre

Resposta para meu mestre

Por que procura em mim

Fantasmas que nunca me assustaram?

Os porões foram visitados; sem medo.

Ouço ecos, ecos e mais ecos,

mas grito com a palavra que é permitida

Há rastros pelas estradas percorridas

Mas,

É individual a visão do percurso que é feito.

A palavra é livre e escarra seus discursos

e não há curso certo, apenas, caminhos

tenho anjos, demônios;

Pedras são esdras

Eu e mais Marios

somos vários

Por que procura um porquê

quando não se tem o porquê. Por quês?

Sei que sabe que a resposta é provisória.

Calo vozes, calo, e mais calos

nas mãos que laboram versos à noite

Ouço passos; são os meus fantasmas.

Portanto,

no desequilíbrio encontro minhas respostas.

Todo verbo é ação e esbarra no sujeito,

contudo, com tudo trabalha a poesia.

Eu rezo e peco

no mesmo verso

Eu sou eu e o outro

Sou muitos

Mário Paternostro