SONHOS INVISÍVEIS
Eu tenho sonhos invisíveis.
Brotando silenciosos nas noites de chuvas,
São bisonhos, verdadeiros e escuros.
Trafegam pelos medos mais incríveis.
Em seus cursos vão criando risos e curvas
E desembocam num abismal olhar noturno.
Eu tenho sonhos invisíveis.
De cores modernas e velhos anseios.
Que permeiam dias, odores e mudanças,
São valentes, saudosos e audíveis.
Desérticos extremos sem meios,
Bailando febris nas breves lembranças,
Eu tenho sonhos invisíveis.
Que correm pelas minhas veias,
Todos os secretos santos dias.
Loucos, famintos e invencíveis.
Reis pedantes em castelos de areia,
Vestidos de desejos e alegrias.
Eu tenho sonhos invisíveis.
Galopando em metáforas encarnadas.
Litigiosas heranças da ilusão,
Que dão vida aos embriões inverossímeis.
Fontes de loucuras encantadas,
Que devolvem minha existência a razão.