Bela Poética.
Algum segundo se foi?
Desde que os olhos pequenos,
Roubaram a poesia e tornaram-se seu brilho,
Na rima simétrica do teu mundo cor-de-rosa?
Eras as perfeição, que aflorava em um mundo cinza,
Uma cor que roubava a palidez de todas as outras,
E que quase que sem querer,
Fazia com que até os lábios tristes sorrissem.
Era a perfeição diante de um mundo imperfeito,
E em teu céu,
As tuas estrelas de papel,
Eram mais reais que as minhas,
Diante de ti, toda realidade roubava a atmosfera do sonho.
Pois parecia que tú, sim tú, era o próprio sonho.
Bela da voz de veludo, do corpo desnudo, pálido como uma manhã de inverno.
E teus olhos as luas e os sóis de todo o universo,
Sendo o verso de todos os solitários,
Que ansiavam teu amor.
Perto de vós, até a dor é mais bela,
A morte é algo inodora,
Pois tú era a aurora
Que coloria os olhos destes pobres diabos
Que em ti podiam provar um pouco dos céus.