poemix
FINADOS
a obra de um poeta
é um cemitério
de ideias
você que lê as lápides
e revive esses zumbis de letras
por favor
acenda uma velha
-----------
APRENDIZ-AAAAH-DO
continuo aprendendo
do secreto
em segredo
só falta criar coragem
pra aprender a ter medo
-------------
o segredo de hoje em dia
é o amigo indiscreto
secreto
versos
esta merda
é poesia
-----------
VERSIÇOS GERAIS
[des]-[con]-[certo]
qualquer ideia
as que prefiro
é segredo
o secreto é o papo reto
que excreto
via dedo
----------
me desculpem meus poemas
mas eu preciso
dormir
eu não sei pra onde vou
nem vocês por onde rir
---------
Um poema de concurso aí que precisava ser inédito. Agora que já passou e já que o bichim num ganhou nada, que ganhe um espaço aqui:
DENTRO DO FORA DO PADRÃO (OU NÃO)
de normal anormal
meu padrão é te cítara
e tal
se toca mais uma
nota pra despertar
é meu bem
(é um mal que é nada mau)
tão main
-----------
me sinto culpado
matei de novo um poema
não podes ficar calado
é o canhoto
ao poeta repassado
--------
net boy
net boy
o que
morreu linkado
na rede de informações
de informações
um net boy
--------
garoto da rede
deitava e rolava
na sidebar da vida
seu alimento espiritual
de feed mantinha sua timeline
livre de hashtags
e de tanto curtir a vida
compartilhava a alegria
com essa vida de facebook aberto
e windows fechadas
o seu descanso de tela
coisa bela - mas fachada
------
eu gosto de
que se
pegue um fight com a vida
não dá pra dar perfect
mas meu boneco
tenta ainda
-----------
baseado em fartos reais:
fumava
mas só charutos cubanos
--------
eu sou o poeta
do aleatório
um pouco de tudo
e nada
por aqui
no falatório
----------
essa poética
é do imprevisível
o que me der
tento fazer
escrevível
---------
curta a vida
curta
se acaba num suspiro
de quando a gente
surta
ou na ponta da foice
que nos furta
curta e grossa
simples mente
morta viva
enquanto respira
viva
curta
há vida
--------
Zen [vaga]bu[n]dismo
o que causa o sofrimento
é o desejo
e o desejo
de nos livrar
nesse momento
----------
um buraco negro
é o luto do universo
por uma estrela que morreu
essa lápide de matéria escura
um vácuo de choro meu
----------
bem aventurado
(sem sacanagem)
o que viu até o fim
a trilha do personagem
(pura viagem)
--------
REUNIÃO
há aqui a mesa dos nove
o que conta história
o que ri da escória
o pura fofura
um ninguém atura
outro sempre atua
o que analisa
o que é pura sombra
todos pura lombra
e o da terra do sol nascente
nem ao menos é gente
o último sou eu
aquele que (não) conta
-----------
BRUXAS DO BEM
(à Amanda Vital e Karla Costa)
as vassouras são só pra varrer
a casa das ideias
e os feitiços são malditos
apenas para as maldições
a mãe natureza pariu da terra
a bruxa que o mal enterra
e encerra no olhar
todo o brilho do mundo
gaia não lhes deu chifres
mas suas magias espetam fundo
o profundo ruindo pro fundo
do chafariz das idiotices
usam preto usam branco
usam cores e um manto
de amores para afastar
as dores e os prantos
andam por aí
andam por aqui
vivem com a alma
bem coberta
pelos cantos
bruxas do bem
são bruxas
um pouco e tanto
---------
tenho encontrado
nesse leminskinfinito
uns pingos drummond
-------
SILENCIA-[DOR]
na medida desse silêncio
que ouvi se anunciar
por aí
essa pequena chama
que pretender soprar
seu próprio fim
sinto um pouco
de pena de mim
[de nós]
da gente que vive junto
estando sempre [a] sós
nesse raio de poesia
alguns acham
que um dia quando se vão
um pedaço aqui deles fica
ilusão
a poesia vai ficar
a gente não fica não
a gente se trans[cende]
forma e acende
outra fogueira
a gente apaga porém
esse poema também
[ou não]
Dija Darkdija