poemix

FINADOS

a obra de um poeta

é um cemitério

de ideias

você que lê as lápides

e revive esses zumbis de letras

por favor

acenda uma velha

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APRENDIZ-AAAAH-DO

continuo aprendendo

do secreto

em segredo

só falta criar coragem

pra aprender a ter medo

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o segredo de hoje em dia

é o amigo indiscreto

secreto

versos

esta merda

é poesia

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VERSIÇOS GERAIS

[des]-[con]-[certo]

qualquer ideia

as que prefiro

é segredo

o secreto é o papo reto

que excreto

via dedo

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me desculpem meus poemas

mas eu preciso

dormir

eu não sei pra onde vou

nem vocês por onde rir

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Um poema de concurso aí que precisava ser inédito. Agora que já passou e já que o bichim num ganhou nada, que ganhe um espaço aqui:

DENTRO DO FORA DO PADRÃO (OU NÃO)

de normal anormal

meu padrão é te cítara

e tal

se toca mais uma

nota pra despertar

é meu bem

(é um mal que é nada mau)

tão main

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me sinto culpado

matei de novo um poema

não podes ficar calado

é o canhoto

ao poeta repassado

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net boy

net boy

o que

morreu linkado

na rede de informações

de informações

um net boy

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garoto da rede

deitava e rolava

na sidebar da vida

seu alimento espiritual

de feed mantinha sua timeline

livre de hashtags

e de tanto curtir a vida

compartilhava a alegria

com essa vida de facebook aberto

e windows fechadas

o seu descanso de tela

coisa bela - mas fachada

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eu gosto de

que se

pegue um fight com a vida

não dá pra dar perfect

mas meu boneco

tenta ainda

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baseado em fartos reais:

fumava

mas só charutos cubanos

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eu sou o poeta

do aleatório

um pouco de tudo

e nada

por aqui

no falatório

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essa poética

é do imprevisível

o que me der

tento fazer

escrevível

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curta a vida

curta

se acaba num suspiro

de quando a gente

surta

ou na ponta da foice

que nos furta

curta e grossa

simples mente

morta viva

enquanto respira

viva

curta

há vida

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Zen [vaga]bu[n]dismo

o que causa o sofrimento

é o desejo

e o desejo

de nos livrar

nesse momento

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um buraco negro

é o luto do universo

por uma estrela que morreu

essa lápide de matéria escura

um vácuo de choro meu

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bem aventurado

(sem sacanagem)

o que viu até o fim

a trilha do personagem

(pura viagem)

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REUNIÃO

há aqui a mesa dos nove

o que conta história

o que ri da escória

o pura fofura

um ninguém atura

outro sempre atua

o que analisa

o que é pura sombra

todos pura lombra

e o da terra do sol nascente

nem ao menos é gente

o último sou eu

aquele que (não) conta

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BRUXAS DO BEM

(à Amanda Vital e Karla Costa)

as vassouras são só pra varrer

a casa das ideias

e os feitiços são malditos

apenas para as maldições

a mãe natureza pariu da terra

a bruxa que o mal enterra

e encerra no olhar

todo o brilho do mundo

gaia não lhes deu chifres

mas suas magias espetam fundo

o profundo ruindo pro fundo

do chafariz das idiotices

usam preto usam branco

usam cores e um manto

de amores para afastar

as dores e os prantos

andam por aí

andam por aqui

vivem com a alma

bem coberta

pelos cantos

bruxas do bem

são bruxas

um pouco e tanto

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tenho encontrado

nesse leminskinfinito

uns pingos drummond

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SILENCIA-[DOR]

na medida desse silêncio

que ouvi se anunciar

por aí

essa pequena chama

que pretender soprar

seu próprio fim

sinto um pouco

de pena de mim

[de nós]

da gente que vive junto

estando sempre [a] sós

nesse raio de poesia

alguns acham

que um dia quando se vão

um pedaço aqui deles fica

ilusão

a poesia vai ficar

a gente não fica não

a gente se trans[cende]

forma e acende

outra fogueira

a gente apaga porém

esse poema também

[ou não]

Dija Darkdija

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 10/11/2013
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