Na Ponte do Imperador
A poesia me usa
Abusa
E mesmo em trapos vestida
Nestes versos
Não se intimida
Minha poesia de meio de rua
Poesia das vielas escuras
Das praças
Poesia dos que perambulam
Páginas roídas pelas traças
Poesia de pés no chão
A minha poesia se esconde
Nos fundos da catedral
E espera o mundo silenciar
Poesia do absurdo
Um texto mudo e surdo
Poesia cega
A louca poesia dos malfadados
E que gostaria de morrer de amor
Pelo desconhecido
Deitada ao relento
Na Ponte do Imperador