Gole de desgraça
A estupenda face do terror,
Vigora neste tremor.
Tremor de mãos e de cachaça,
Onde a desgraça aportou.
Se deporta sol impune
Na face calejada do vagabundo,
Podes crer que é profundo
O mártir que ele não venceu.
Mas se seu profeta anuncia
A mais perfeita sociedade
Nos deixamos de maldade
E vamos lutar pela paisagem,
Pela qual ele sempre orou.
Meu irmão pé direito
Na face esquerda da rua
Pois toda nua é prazer
Na doce noite de lua.
A visão é longa e cansativa
Mas do que vale festiva,
A vida onde se nasceu?
Pois se morrer é pecado
Eu e meu dado nos ajoelhamos,
No escurecer da rotina.
Arma em punho engatilhada.
Mais amada que só ver.
No livro do florecer,
Indique eu e você
Para viver.