vícios

Há tantos vícios

nas mãos do poeta -

- palavras afoitas,

música solta,

versos que dançam,

outros sem destino,

olhares que suspiram;

letras e mais letras

querendo sequências

ou versos mais livres -

- e rondam, e escrevem,

e apagam, e nascem,

e publicam, e editam,

ou ficam guardados:

na folha de papel,

na agenda,

no arquivo,

vícios nas mãos do poeta...

não se julga poeta,

se esconde na gaveta,

desmaia e desperta

e escreve tudo de novo.