Apesar de todo Charm
Pode até parecer estranho aos demais
Que hoje venha a te cantar em poesia,
Em tempo em que o mundo te repudia,
E que de ti me despeço, assim, sem mais.
Por cinco décadas foste a companheira
Que me acompanhou em cada momento
De dia, de noite, na dor, no sofrimento,
Na alegria, após o amor, desde a primeira.
Mesmo cônscio do enorme mal que fazias,
A corroer-me o peito implacável, lentamente,
Viciado em ti, sempre em minha mente,
Mantivemo-nos juntos, pois bem o sabias.
Era imenso o prazer que me proporcionava,
Sorvendo a cada tragada, inexorável, sem alarme,
Enquanto me consumias, prisioneiro do Charm,
Vítima deste vício que aos poucos me matava.
Hoje, de ti me despeço, em um misto de alegria,
Por ver-me, enfim de tua presença libertado,
E triste por não mais me manter aprisionado,
Esvaindo-me contigo no espaço, em letargia.
Pode até parecer estranho aos demais
Que hoje venha a te cantar em poesia,
Em tempo em que o mundo te repudia,
E que de ti me despeço, assim, sem mais.
Por cinco décadas foste a companheira
Que me acompanhou em cada momento
De dia, de noite, na dor, no sofrimento,
Na alegria, após o amor, desde a primeira.
Mesmo cônscio do enorme mal que fazias,
A corroer-me o peito implacável, lentamente,
Viciado em ti, sempre em minha mente,
Mantivemo-nos juntos, pois bem o sabias.
Era imenso o prazer que me proporcionava,
Sorvendo a cada tragada, inexorável, sem alarme,
Enquanto me consumias, prisioneiro do Charm,
Vítima deste vício que aos poucos me matava.
Hoje, de ti me despeço, em um misto de alegria,
Por ver-me, enfim de tua presença libertado,
E triste por não mais me manter aprisionado,
Esvaindo-me contigo no espaço, em letargia.