Loucura ou Ternura

Loucura ou Ternura, não sei bem com chama

Doces ou travessuras são tão familiares

Sou feroz e viril, és tão doce e ingênua

Tanto que assim pôs-se em cima de mim

E me trancafiou entre tuas coxas, masmorras

Sinto tudo tremer, não sei bem se é meu corpo

Se é o teu, o nosso, se é só a terra a girar

Sei que vejo todas as cores nos teus olhos vidrados

Vidros abertos, tudo através é tão cinza

e, de repente, vejo nada, é breu e fim.

Até raiar novamente a colorida aurora

A despertar-me do sonho da realidade

A iluminar teu "bom dia" sono e lento

Até deparar-se com teu riso furtacor

E, por fim, desaparecer absorto em teus lábios

Temo ter que deixar-te ai aninhada aos lençóis

é que não quero acordar-te, abrir seus botões

Não quero ter medo ou vergonha de ser eu

Patético aqui imóvel a admirar-te boquiaberto

Você nua é uma pintura na minha cama