Redemoinho
Euna Britto de Oliveira
Na água enrolada do redemoinho,
Uma rês de corte encerra sua sorte.
É enchente no Paraná.
No meio do mundo, desprezo a hora madrasta.
Minha esperança quer ser verde
Mas por enquanto me adestra
Para uma melhor fotossíntese.
Deitei-me ao sol só para ter bons sentimentos.
A lua está bonita,
Parecendo uma jóia na testa da cidade!
Não enxergo um palmo adiante de mim,
No que me diz respeito.
Estou abismada com as aparências e as opacidades!...
Faltam transparências...
Olhou-me com olhar de desprezo, de despejo
Quem queria o meu lugar.
Depois de a pessoa nascer sem coração,
Meu Pai dizia que não tem jeito!
Eu dizia que tem!
Acho que meu Pai tinha razão...
Estou viajando para minhas origens...
Adeus, minhas causas de vertigens!
Adeus, rotina!
Estou vivendo na dimensão da poesia...