SOU FILHO DE TI!

Sou filho do mar, nele me afoguei

Sou filho do céu, que eu alcançarei

Aquando a morte me quiser levar.

Sou filho das águas desse rio tirano

Sou filho do tempo, fugaz e cigano

Que aos poucos, a vida, só nos quer tirar!

Sou filho do lume, e nele eu ardi

Sou filho de ventre, feito feto em ti

E em cada brasa acendo a paixão.

Sou filho dos ventos, vindos lá do norte

Também das marés tão bravas e fortes

Sou filho da dor…feita solidão!

Sou filho do sol, tão quente, abrasante

E da estrada sou eu um filho errante

Sou filho da lua, que tem cor de prata.

Sou filho das trevas que em noite escura

Diz-me que sou filho da aventura

Mas que às vezes trai…outras vezes mata!

Sou filho de um amor tão nobre e perfeito

Sou filho da terra que trago no peito

E dos horizontes rubros à tardinha!

Sou filho de um pai, tão meigo e tão doce

E de minha mãe, que a lembrança trouxe

`Inda agora mesmo a esta alma minha!

Sou filho de solos férteis ou agrestes

Sou filho do fruto que ao nascer me destes

Sou filho de jóias de rara beleza.

Sou filho da luz que tem a magia

Sou filho de ouro, envolto em poesia

Sou filho do mundo e da natureza!

Sou filho das aves que cantam louvores

De canteiros plenos de lindas flores

Das pedras gastas daquela calçada.

Sou filho de Deus, que ergo lá alto

Da montanha ou planície, do vale ou planalto

E no fundo serei…um filho do nada!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 07/11/2013
Código do texto: T4561198
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.