SOU FILHO DE TI!
Sou filho do mar, nele me afoguei
Sou filho do céu, que eu alcançarei
Aquando a morte me quiser levar.
Sou filho das águas desse rio tirano
Sou filho do tempo, fugaz e cigano
Que aos poucos, a vida, só nos quer tirar!
Sou filho do lume, e nele eu ardi
Sou filho de ventre, feito feto em ti
E em cada brasa acendo a paixão.
Sou filho dos ventos, vindos lá do norte
Também das marés tão bravas e fortes
Sou filho da dor…feita solidão!
Sou filho do sol, tão quente, abrasante
E da estrada sou eu um filho errante
Sou filho da lua, que tem cor de prata.
Sou filho das trevas que em noite escura
Diz-me que sou filho da aventura
Mas que às vezes trai…outras vezes mata!
Sou filho de um amor tão nobre e perfeito
Sou filho da terra que trago no peito
E dos horizontes rubros à tardinha!
Sou filho de um pai, tão meigo e tão doce
E de minha mãe, que a lembrança trouxe
`Inda agora mesmo a esta alma minha!
Sou filho de solos férteis ou agrestes
Sou filho do fruto que ao nascer me destes
Sou filho de jóias de rara beleza.
Sou filho da luz que tem a magia
Sou filho de ouro, envolto em poesia
Sou filho do mundo e da natureza!
Sou filho das aves que cantam louvores
De canteiros plenos de lindas flores
Das pedras gastas daquela calçada.
Sou filho de Deus, que ergo lá alto
Da montanha ou planície, do vale ou planalto
E no fundo serei…um filho do nada!