Ventania
O vento assusta a noite que de olhos negros e esbugalhados recebem açoites e assobios. Árvores seguram seus galhos e frutos e folhas amadurecidas caem pelo chão frio, querendo repouso nos dias de morte. A sorte carregam folhas pela ventania empoeirada das estradas em passos lentos, ora apertados e tudo corre feito vida apressada, esperando o amanhecer do dia. A calmaria das ondas de revoltos mares vão dissipando e carregando à tempestade para além dos oceanos da vida. Quiçá os jardins da primavera percam o viço do outono, indo e a beleza dos dias transmutem nos pores de sóis, no horizonte, onde os dias serão sempre flores, pétalas e o azul mais íntimo da poesia.
Tony Bahi@.