dentro é sempre nublado

nuvens nos deixam mais nítidos

evidentes

cristalinos

reflexos falseam a visão

quero o dia nublado para ir embora

quero pensar na chuva que insiste

em versos a marcar os dedos

ser o que resta

e resiste

a latejar na poeira dos olhos

...

quero a nitidez do último sonho

a embriaguez do último licor

o horizonte claro