O DESCONHECIDO
Olha... leva um certo tempo,
Um tempo deveras lento,
Mas enfim a nossa essência
Após pular mil abismos,
Fugir dos cataclismos,
Livrar-se dos misticismos
Começa a rodopiar.
Flutua, leve e sem vícios
Sem sentidos e quase morta
Ultrapassa aquela porta,
Ah, aberta da eterna prisão,
E sem rumo e sem razão
Para fazer alguém feliz
Escapa assim por um triz
Do pedido que fora feito
Mas quase nunca ouvido
Ou quase nunca entendido
Pois era um buraco no peito.
Quando foi que prometemos?
Quando nascemos ou morremos?
Que iríamos realizar,
O desejo de um outro
O sonho ou o conforto
De quem nunca veio se apresentar?