Cosendo em horas vagas
Se em manhãs amarelas de cetim,
róseas tardes de renda ou fina lã,
ou nas noites de cores em pompons,
rococós, ponto cruz ou fitas belas?
Só o tempo, quem sabe: esse, sim,
é agulha acurada... E malsã
a certeza dos que se entendem 'bons'!
(Sou, talvez, alfinete nessas telas...)
(Há tempos me deixei de haver penélopes em mim... Aí o Antonio Baltazar, uma das excelências deste lugar encantado, me diz: "Cada vez que mergulho no tecido em que me bordo sinto as mãos de Proust manobrando com leveza a agulha, e o odeio pela precisão em que me vejo retratado." Coincidência? Só o tempo sabe... E grata pela interação, Mago de Tecituras!)