maré vermelha

águas rolam pelas paredes

e não sei nadar

pressiono-me na cama; imóvel flor

estampando lençol vermelho

sem balançar um respirar

nauseada no balanço das ondas

agarro-me em fio de tempo

[ponteiro de pensamento]

e remo de volta à ilha...

[aquela onde plantei meus

alucinados dias]

minha praia de desejos

deve estar lá espumando sobre

areias onde enterrei segredos

meu campo de selva com ramas abraçadas

ainda devem cercar minhas feras...

[ será?]

estarão presas ainda ganindo conflitos...

ou andam soltas devorando

crias de sonhos recem nascidos?

grito!

ecoando minha chegada

no pequeno pedaço de terra largada

onde bebia da fonte

de um poço sem fundo

regressei

regressei pro

meu mundo

posso agora trepidar os ossos

no terremoto de um soluço

profundo...

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 06/11/2013
Código do texto: T4558972
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