MENESTREL

Em um poeta mesmo amado

Ver-se no rosto a solidão calma

A solidão reflexo de outras almas

Revelada, invertida, inventada

Em um poeta mesmo mortal

Há uma veste de mística eternidade

Uma ingênua e santa insanidade

Que o faz menestrel pudico e amoral

Em um poeta mesmo humano

Há um que de mar e animal

Um que de nuvem e ar matinal

Ausência, lembrança e engano

Em um poeta mesmo feliz

Existe todas as dores enraizadas

Silenciosas noites enfeitiçadas

E um estranho prazer na dor que diz.