Sentido, sem sentido...
A dor vem, a dor vai;
Tudo que sobe desce,
O que doía não dói mais,
Pois o tempo a desvanece.
O suor que escorre no rosto,
Misturam-se as lágrimas,
em fadigas e desgostos
se dissolve em fumaça
que sobem, desaparecem
vão para o abstrato
mas não descem
e nem pintam retratos
logo são esquecidas
jogadas num canto
como as lagrimas e a fadiga
que compõem o meu pranto.
Mas corro sem direção certa
direção certa não é caminho
o que afaga, o que encerra
é ter medo de carinho
pois assim como fumaça
pode subir de mais no ar
se tornar abstrato sem graça
e o pior, é não poder tocar.
Ubiratã Pinto