UM POUCO DE MIM NO NADA QUE SOU

Não é aquele que de mim se desfaz o que me arrasa.
Trago em mim mágoas profundas de outros que não digo.
Sou num todo a razão de minhas próprias dependências.
Reinvento-me diariamente para superar as carências.
Permito-me um breve pranto, levanto a cabeça e sigo.

O amor que me sustenta não me deixa sempre mal.
Pensamentos fragmentados alteram a minha essência.
A esfinge da espera possui muitos enigmas indecifráveis,
conhecimentos de mim mesma sob aspectos não razoáveis,
numa tolerância intermitente com minha própria paciência.

Depois de tanto e tantas passadas, reflito e paro.
reavaliando o porquê de ter seguido eu me oriento.
Dificilmente me dou ao descanso do que é tão caro,
um pouco de mim no nada que sou eu reinvento.



MORGANA CANTARELLI
Enviado por MORGANA CANTARELLI em 19/04/2007
Reeditado em 21/07/2013
Código do texto: T455766
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