Paredes da Alma
Vou incluir seu rosto nas paredes da minha alma,
invadir seus poros e vaporizar a minha ebulição,
e ocupar todo o seu corpo com a minha paixão.
Vou difundir flores de uma primavera prematura,
despencar das alturas, quebrar a sua estrutura,
beijar as melhores cenas dos seus sonhos bons.
Vou destruir sua ordem interna, explodir a calma,
alucinar a cama e amontoar gemidos, seus sons,
os guardarei embrulhados em papéis de bombons.
Vou viver ao final, no cume da torre a sua febre,
esfriar minha têmpera, reimplantar meus tecidos,
e revitalizar no meu corpo os prazeres perdidos.